quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

BTC Entrevista: Vassoura Elétrica



Foto: Ramone Dias

Agora é a vez de conhecer os planos da Vassoura Elétrica para 2013. A banda formada por Wanderson Alves (vocal), Joaquim Rosa (guitarra), Alécio Bezerra (baixo), William Harp (gaita) e Sandro Marra (bateria), é uma das integrantes da coletânea Brasília de Todos os Cantos. Fundada em 1999, o Vassoura Elétrica ficou por seis anos sem atuar, retornaram em 2010 com força total e já planejam para este ano uma “turnê” de shows pelo DF para divulgar o lançamento do EP “Show Noite de Blues”. Vamos saber mais detalhes sobre esse projeto e saber também o segredo da banda para se manter por tantos anos no circuito cultural.

“Não é apenas blues. Não é apenas uma banda de rock com um nome lúdico. Não se resume esse sonho que amadureceu em poucas palavras. Ter uma banda de blues é realidade para essa galera que trocou as vassouras (fingindo ser uma guitarra) e a cozinha da mãe há tantos anos, pelos estúdios e palcos da vida. Da primeira formação em 1999 até hoje, muita água rolou. Pausas cruéis para um público ávido de boa música, tocada com alma e muita simplicidade. E certo dizer que a volta foi tão aguardada e reconhecidamente merecida. Transformações aconteceram na formação, assim como na vida de cada membro, novo ou veterano.

A banda retorna em maio de 2010, trazendo na bagagem o peso da experiência e uma pegada mais forte. Depois de várias gravações de estúdio, percorrer as páginas dos principais jornais de Brasília, programas de rádio, TV e ocupar dos pequenos aos grandes palcos do Distrito Federal sempre com um público cativo, a VASSOURA ELÉTRICA quer ir mais além. Hoje a banda tem plena consciência de que pode fazer, porque não perdeu o lúdico. São caras que têm o dom de manter vivo o sonho em conjunto. É Blues. É Rock n´Roll. É VASSOURA ELÉTRICA!” (Marcos Alexandre)

1) Quais são as novidades que a banda Vassoura Elétrica irá trazer para o público este ano?

Estamos preparando o Show Noite de Blues, esse será apresentado durante o ano para divulgar o nosso EP com mesmo nome, ele terá entre 3 e 4 músicas novas que se intercalarão com as já conhecidas. A grande dificuldade no momento é a falta de tempo para a dedicação ao projeto, já que precisamos de uma preparação específica para construir um evento nesse molde,  esse é o desafio que começa agora e que esperamos que o público goste.

2) Em 2012, conseguiram realizar todos os planos que fizeram para o ano?
Quase todos, falta pra gente é um pouco mais de tempo para uma dedicação maior ao projeto. Tocamos pouco, mas nossas apresentações tiveram boas repercussões, conseguimos com a entrada do Alécio (baixo) a qualidade que procurávamos para a função e a boa surpresa do Josemi na Gaita, conseguimos entrar em alguns projetos e montar uma boa documentação sobre o nosso trabalho. Foi um ano preparatório para 2013/2014 que no meu entendimento será nosso melhor momento.

3) Vocês estão há muito tempo na estrada. Ficaram um tempo parados, retornaram e foram bem recebidos pelo público. Como conseguir cativar o público?
Foram quase 6 anos parados e na realidade não há uma receita. No inicio tivemos muitas dúvidas se iriamos ver a galera de 1999/2003 lá assistindo a gente, muita coisa mudou, pessoas e suas necessidades mudaram, e nesse novo momento o público em sua grande maioria é outro. A primeira apresentação (dezembro 2010) foi para uma galera que de 200 pessoas no máximo 10 já tinha ido a um show da gente. Aos poucos e em alguns eventos a gente recebe nossos amigos da primeira fase da banda e a cada apresentação a gente recebe novos amigos que começam a acompanhar nossa caminhada. Há também muitos amigos que mesmo sem poder ir aos nossos eventos, nos dão uma grande força nas redes sociais, divulgando os eventos e nos ajudando, isso é muito importante para a continuidade de qualquer trabalho. Fico muito feliz com os amigos que cultivamos nesses 13 anos de banda, um presente que se recebe no palco.

4) O que mudou no cenário cultural de Brasília enquanto ficaram afastados?
Tudo. Coisas muito boas e coisas ruins aconteceram. Em 2003 não tínhamos a velocidade e articulação da internet, era algo que estava na mão de poucos e mesmo assim os meios de antes nem se comparam com de hoje, isso é um grande diferencial o poder de comunicação se reinventou, se democratizou, e acredito que foi o ponto positivo mais legal desse período.

O Ponto negativo foi o cuidado dos gestores públicos com os espaços de nossa cidade. Galpaozinho, Centro Cultural Itapuã, O Coreto da Praça da 22 do Leste "que tiveram a cara de pau de derrubar", os auditórios das escolas públicas, os palcos nas praças e na rodoviária, bicicletário, biblioteca, castelinho e outros tantos abandonados pelo poder público, agravados nesses últimos 8 anos são a herança das gestões preocupadas quase que exclusivamente com posições politicas partidárias e não com politicas culturais. Emendas parlamentares para shows e quase nada pra estrutura e perpetuação de poder "que parece nunca dá certo". Espero que a atual gestão consiga mudar tal direção, não só reformando espaços, mas dando suporte para que os artistas possam dispor de editais locais que diversifiquem a economia criativa da cidade.

5) O que acham que é preciso fazer para fomentar ainda mais a cultura no DF e nas cidades satélites?

Defendemos isso há algum tempo:
 Por Parte do Governo
1 Cada um deve saber qual é o seu papel, as GRC's, Secult e Minc deve funcionar como um mecanismo e não como esferas independentes.

2  A GRC's são instrumentos dos artistas, ele tem o papel fundamental do fomento cultural. A produção, a realização é de responsabilidade do artista e de todo a cadeia produtiva envolvida. Já ouvi muitas vezes que isso é utopia, mas na realidade era assim que deveria funcionar.

3 Cada bairro do DF deveria prestar contas previamente a comunidade de tudo que a cidade recebeu em dinheiro para a cultura, inclusive das emendas. A cidade merece saber quanto entra e como é utilizado cada centavo que vem pra cidade, e questionar quando preciso, é melhor saber antes pelo próprio governo do que pelos telejornais.

Por parte do Artista

1 Se capacitar, se preparar para poder concorrer aos projetos que estão ai para todos.
2  Conhecer seus direitos e deveres.
3 Levar o seu trabalho a todos os lugares, isso sim é difusão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário